segunda-feira, 11 de junho de 2012

O fim

"Passou, querida, passou. O problema é o que ficou..." (Martha Medeiros - Fora de Mim)

Não conheço dor maior que a dor do fim de um relacionamento. Tenho certeza que existe, mas ainda (graças a Deus) não perdi um ente querido, tive filhos ou pedra nos rins. Por isso, as piores lembranças que tenho são dos meus "términos". É uma dor física, que parece dominar o corpo e a mente, que parece não ter fim nem razão. Porque ninguém, por mais que já tenha terminado dez namoros, consegue sofrer menos por saber que aquilo, um dia, vai passar. Você pode até controlar o desespero, mas a tristeza...

Porque nessas horas, ser racional não funciona. Você pode deixar de procurá-lo porque sabe que não vale mais a pena, que ele não te quer mais ou que está com outra, mas a saudade não irá embora por causa disto. Você pode tentar se distrair, ler um livro, sair com as amigas, mas ao final da noite (ou pior, ao acordar), você vai se lembrar de tudo e aquele pensamento de seguir em frente pode parecer sem sentido. Porque por mais que o fim seja claro e acertado por ambas as partes, o luto é incontrolável e necessário.

E não existe antídoto. O único que conheço é se tornar imune à paixão. Porém não acredito que funcione e que seja indolor. Porque o tamanho da tristeza está diretamente ligado à intensidade do amor. E este talvez seja o preço a ser pago por tamanha felicidade. 


O problema é que não conseguimos ser justos na balança. Nos apegamos tanto ao fim, à dor e à desilusão que não nos lembramos dos almoços, das conversas, dos beijos e passeios. E assim passamos a sofrer em vão. Afinal, tristeza sem moral da história é como um mártir sem causa. Se não podemos escolher por quem vamos sofrer (afinal não escolhemos por quem nos apaixonamos) podemos decidir como e por quê.


É necessário buscar um sentido na dor. O sofrimento existe para nos lembrar o quanto fomos felizes, para nos ensinar onde erramos e para conseguirmos terminar um ciclo, virar a página. E não adianta jurar que nunca mais vai chorar por homem nenhum! Pois, não chorar pode significar nunca mais sentir frio na barriga, ter as pernas bambas, ganhar o dia com uma mensagem, se sentir nas nuvens e sem pressa de voltar. Porque se não conheço dor maior que a do fim, também desconheço alegria maior que a do começo.

Minha avó diz que um grande amor se cura com
outro maior ainda. A minha receita é mais simples:
amigas, tempo e vodca!





Um comentário:

  1. Daniela, muito bom o seu texto...muito leve.Estou passando por isso e esta muito difícil.Para mim o mais difícil são as lembranças, as msg,os telefonemas,o tom de voz, o olhar e quando vc percebe q não terá isso a dor fica incontrolável.Muito obrigada por trazer um alento que eu estou precisando através das suas palavras.

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